O
Brincar e a Aprendizagem: uma proposta inovadora
A
historia da humanidade revela-nos que a educação formal e não formal, sempre
esteve intimamente ligada as praticas sócias, produzidas tanto no âmbito
individual quanto coletivo das relações humanas. Expressando-se fundamentalmente
como uma práxis social, a educação nunca deixou de referir-se a humanidade como
um todo.
No
processo evolutivo histórico – social, percebe-se claramente demonstração
da importância dos jogos e brincadeiras
na construção da autonomia infantil, uma vez que, a partir da vivencia de
atividades lúdicas a criança incorpora praticas reais e dessa forma constrói
concepções e entendimentos acerca do ambiente que o cerca.
Vale
dizer que é extremamente imprescindível o direcionamento desse ato de brincar
quando se trata de uma educação formal (escola), uma vez que a esta cabe a
tarefa de formar cientificamente este cidadão de direito. Sendo assim, as
propostas pedagógicas curriculares devem estar imbuídas de valores
sócio-culturais, tendo como eixos norteadores diferentes propostas lúdicas e
inovadoras. Almeida (1995. P. 41) ressalta que:
A educação lúdica contribui e influencia na formação da criança,
possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente,
integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto investe em uma
produção serie do conhecimento. A sua pratica exige a participação franca,
criativa, livre, critica, promovendo a interação social e tendo em vista o
forte compromisso de transformação e modificação do meio.
Sendo assim, a escola precisa repensar a sua pratica e a quem
ela esta “educando”, respeitando suas particularidades, necessidades e anseios.
Diante do exposto jamais a escola poderá negar o lúdico, pois
a negação da escola ao lúdico poderá ser percebida com uma negação da criança,
uma vez que, a sua vivencia encontra-se imbuída de praticas lúdicas. Assim, os
trabalhos pedagógicos, recheados de ludicidade, abrem caminhos para envolver a
criança e os demais membros da comunidade escolar uma proposta integracionista,
oportunizando o resgate da cultura vivenciada por todos um contexto
sócio-historico mais amplo. A partir daí, serão mais produtivas, prazerosas e
significativas.
Entede-se assim que precisamos pensar em uma ação docente que
considere as relações entre a escola, o lazer e o processo educativo com um dos
caminhos a serem trilhados e busca de um futuro diferente. Pois, ao valorizar
as atividades é acolhida, a sociabilidade vivenciada, a criatividade estimulada
e os direitos da criança respeitados.
Pode-se dizer, que por meio da atividade lúdica a criança se
prepara
Para a vida, assimilando do meio em que vive, a ela se
integrando, adaptando-se as condições que o mundo lhe oferece e aprendendo a
competir cooperar com seus semelhantes e conviver
Como um ser social. Alem de proporcionar prazer e diversão o
lúdico pode representar um desafio e provocar o pensamento reflexivo da
criança. Assim, uma atitude lúdica oferece a criança experiências concreta,
necessárias e indispensáveis as abstrações e operações cognitivas. Neste
sentido:
A importância do brincar para o desenvolvimento infantil
reside no fato de esta atividade contribuir para a mudança na relação da
criança com os objetos, pois estes perdem sua força determinadora na brincadeira.
A criança vê um objeto, mas age em relação ao que vê. Assim, é alcançada uma
condição que começa a agir independentemente daquilo que vê. (Vygotsky, 1998,
p. 127).
Desta maneira, na brincadeira, a criança pode dar outro
objetos e jogos, seja a partir de sua própria ação ou imaginação, seja na trama
de relações que estabelece com os amigos com os quais produz novos sentidos e
os compartilha.
Sendo assim, a atividade lúdica oferece oportunidade para a
criança experimentar comportamentos que, em situações “normais”, jamais
aconteceriam devido ao medo do erro e da punição. E pelo lúdico que a criança
se humaniza, sendo que, no brincar, casam-se espontaneidade e criatividade com
a aceitação das regras sociais e morais.
Portanto, o que a escola não pode deixar de considerar hoje é
que o papel é de promover a expansão do potencial das crianças, não só no nível
cognitivo, mas também no nível efetivo. A afetividade, de um modo geral, tem
relação primordial com o aprendizado e é por meio das brincadeiras que a criança
começa a estabelecer estas relações, daí a sua importância no currículo escolar
para contribuir significativamente para o desenvolvimento infantil,
necessitando de uma atenção especifica.
Dessa forma, a brincadeira é cada vez mais entendida como atividade
que, alem de promover o desenvolvimento global da criança, incentiva a iteração
entre os pares, a resolução construtiva de conflitos, a formação de um cidadão
critico e reflexivo. Segundo o Referencial Curricular Para a Educação Infantil:
As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e
aqueles que possuem regaras, como os jogos de sociedades tradicionais (também
chamados de jogos tabuleiros), os jogos tradicionais didático, corporais etc.,
proporcionam a ampliação dos conhecimentos infantis por meio da atividade
lúdica. RCNEI (1998, p. 28).
Todavia ressaltamos que é importante demonstrar a atividade
lúdica como significações e apropriação cultural da dimensão infantil, como
material que poderá delinear o espaço de trabalho docente e proporcionar a
construção do conhecimento de forma lúdica e prazerosa, pois o brincar é uma
realidade cotidiana na vida das crianças, sendo que, para elas, brincar e
suficiente, desde que não sejam impedidas de executar a sua imaginação. Nesse
momento, o professor deve estar atento e usar essa oportunidade como construção
de conhecimento, oferecendo, através da brincadeira, diversas formas de a
criança assimilar o conteúdo dado de forma descontraída e prazerosa.
Nesse sentido, consideramos que a atenção do professor ao
aspecto intelectual é indispensável na pratica pedagógica, mas não o
suficiente. Prazer e alegria não podem ser menosprezados. Isso significa que o
desenvolvimento intelectual deve estar sempre aliado ao desenvolvimento efetivo.
E não há época melhor para iniciar esse processo que na infância. Por isso, é
fundamental o papel do professor na condução das atividades lúdicas que visem
efeitos pedagógicos, ou seja, que o professor saiba organizar de forma
sistemática e intencional os jogos e brincadeiras que serão utilizados pelo
aluno.
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Ser professor é ter o nobre ofício de exercer a arte de ensinar.