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terça-feira, 9 de outubro de 2012

O Brincar e a Aprendizagem: uma proposta inovadora


O Brincar e a Aprendizagem: uma proposta inovadora

A historia da humanidade revela-nos que a educação formal e não formal, sempre esteve intimamente ligada as praticas sócias, produzidas tanto no âmbito individual quanto coletivo das relações humanas. Expressando-se fundamentalmente como uma práxis social, a educação nunca deixou de referir-se a humanidade como um todo.

No processo evolutivo histórico – social, percebe-se claramente demonstração da  importância dos jogos e brincadeiras na construção da autonomia infantil, uma vez que, a partir da vivencia de atividades lúdicas a criança incorpora praticas reais e dessa forma constrói concepções e entendimentos acerca do ambiente que o cerca.

Vale dizer que é extremamente imprescindível o direcionamento desse ato de brincar quando se trata de uma educação formal (escola), uma vez que a esta cabe a tarefa de formar cientificamente este cidadão de direito. Sendo assim, as propostas pedagógicas curriculares devem estar imbuídas de valores sócio-culturais, tendo como eixos norteadores diferentes propostas lúdicas e inovadoras. Almeida (1995. P. 41) ressalta que:

A educação lúdica contribui e influencia na formação da criança, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto investe em uma produção serie do conhecimento. A sua pratica exige a participação franca, criativa, livre, critica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio.

Sendo assim, a escola precisa repensar a sua pratica e a quem ela esta “educando”, respeitando suas particularidades, necessidades e anseios.

Diante do exposto jamais a escola poderá negar o lúdico, pois a negação da escola ao lúdico poderá ser percebida com uma negação da criança, uma vez que, a sua vivencia encontra-se imbuída de praticas lúdicas. Assim, os trabalhos pedagógicos, recheados de ludicidade, abrem caminhos para envolver a criança e os demais membros da comunidade escolar uma proposta integracionista, oportunizando o resgate da cultura vivenciada por todos um contexto sócio-historico mais amplo. A partir daí, serão mais produtivas, prazerosas e significativas.  

Entede-se assim que precisamos pensar em uma ação docente que considere as relações entre a escola, o lazer e o processo educativo com um dos caminhos a serem trilhados e busca de um futuro diferente. Pois, ao valorizar as atividades é acolhida, a sociabilidade vivenciada, a criatividade estimulada e os direitos da criança respeitados.

Pode-se dizer, que por meio da atividade lúdica a criança se prepara
Para a vida, assimilando do meio em que vive, a ela se integrando, adaptando-se as condições que o mundo lhe oferece e aprendendo a competir cooperar com seus semelhantes e conviver
Como um ser social. Alem de proporcionar prazer e diversão o lúdico pode representar um desafio e provocar o pensamento reflexivo da criança. Assim, uma atitude lúdica oferece a criança experiências concreta, necessárias e indispensáveis as abstrações e operações cognitivas. Neste sentido:
A importância do brincar para o desenvolvimento infantil reside no fato de esta atividade contribuir para a mudança na relação da criança com os objetos, pois estes perdem sua força determinadora na brincadeira. A criança vê um objeto, mas age em relação ao que vê. Assim, é alcançada uma condição que começa a agir independentemente daquilo que vê. (Vygotsky, 1998, p. 127).

Desta maneira, na brincadeira, a criança pode dar outro objetos e jogos, seja a partir de sua própria ação ou imaginação, seja na trama de relações que estabelece com os amigos com os quais produz novos sentidos e os compartilha.

Sendo assim, a atividade lúdica oferece oportunidade para a criança experimentar comportamentos que, em situações “normais”, jamais aconteceriam devido ao medo do erro e da punição. E pelo lúdico que a criança se humaniza, sendo que, no brincar, casam-se espontaneidade e criatividade com a aceitação das regras sociais e morais.

Portanto, o que a escola não pode deixar de considerar hoje é que o papel é de promover a expansão do potencial das crianças, não só no nível cognitivo, mas também no nível efetivo. A afetividade, de um modo geral, tem relação primordial com o aprendizado e é por meio das brincadeiras que a criança começa a estabelecer estas relações, daí a sua importância no currículo escolar para contribuir significativamente para o desenvolvimento infantil, necessitando de uma atenção especifica.

Dessa forma, a brincadeira é cada vez mais entendida como atividade que, alem de promover o desenvolvimento global da criança, incentiva a iteração entre os pares, a resolução construtiva de conflitos, a formação de um cidadão critico e reflexivo. Segundo o Referencial Curricular Para a Educação Infantil:
As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aqueles que possuem regaras, como os jogos de sociedades tradicionais (também chamados de jogos tabuleiros), os jogos tradicionais didático, corporais etc., proporcionam a ampliação dos conhecimentos infantis por meio da atividade lúdica. RCNEI (1998, p. 28).                   

Todavia ressaltamos que é importante demonstrar a atividade lúdica como significações e apropriação cultural da dimensão infantil, como material que poderá delinear o espaço de trabalho docente e proporcionar a construção do conhecimento de forma lúdica e prazerosa, pois o brincar é uma realidade cotidiana na vida das crianças, sendo que, para elas, brincar e suficiente, desde que não sejam impedidas de executar a sua imaginação. Nesse momento, o professor deve estar atento e usar essa oportunidade como construção de conhecimento, oferecendo, através da brincadeira, diversas formas de a criança assimilar o conteúdo dado de forma descontraída e prazerosa.

Nesse sentido, consideramos que a atenção do professor ao aspecto intelectual é indispensável na pratica pedagógica, mas não o suficiente. Prazer e alegria não podem ser menosprezados. Isso significa que o desenvolvimento intelectual deve estar sempre aliado ao desenvolvimento efetivo. E não há época melhor para iniciar esse processo que na infância. Por isso, é fundamental o papel do professor na condução das atividades lúdicas que visem efeitos pedagógicos, ou seja, que o professor saiba organizar de forma sistemática e intencional os jogos e brincadeiras que serão utilizados pelo aluno.      

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Ser professor é ter o nobre ofício de exercer a arte de ensinar.