Comecemos com um
exemplo apresentado por Robert Mager. (MAGER, R. Atitudes favoráveis ao ensino.
Porto Alegre, Globo, 1976. p. 65.)
Um menino de 9
anos pretendia aprender a tocar violão. Admirava seu pai, que tocava
maravilhosamente. Aguardava com impaciência o dia de aprender a tocar também.
Quando o dia chegou, com o violão debaixo do braço, dirigiu-se para uma
experiência completamente nova no campo da aprendizagem.
Uma história
como esta poderia terminar de diversas maneiras:
· Não tendo muita aptidão para a
música, mas demonstrando muito interesse, conseguiu pelo menos tocar violão
como passatempo.
· Apesar de possuir aptidão para
chegar a ser um grande músico, o menino passou a odiar o som do violão e a
própria música.
O final de
qualquer experiência de aprendizagem depende do que sucede ao aluno durante as
atividades de aprendizagem. No caso do relato acima, vamos supor que o
aprendiz, apesar de ter aptidões, abandonou totalmente o violão e nunca mais
voltou a tocá-lo.
Alguns fatos
contribuíram decisivamente para que isso acontecesse, mas os principais foram
os seguintes:
· O professor, geralmente,
mostrava-se irritado por ter que ensinar um principiante.
· O professor nunca estava
satisfeito com os progressos de seu aluno.
· Às vezes ridicularizava e
insultava o aluno.
· Utilizava o violão como
instrumento de castigo: Como você não aprendeu a lição de ontem, hoje praticará
uma hora a mais.
· A janela da sala de aula dava
para um campo de futebol, onde o aluno via seus amigos jogando.
· Os amigos zombavam dele.
· O aluno nunca sabia o que o
professor esperava dele em relação ao progresso na aprendizagem.
· O professor não utilizava nem um
recurso didático (partituras, manual de violão, etc.)
· O professor nunca perguntava se
o aluno havia entendido as explicações.
· Às vezes queria que o aluno
soubesse coisas que ele nunca havia explicado.
Analisando esses
fatos podemos concluir que o professor de violão falhou por não saber motivar
adequadamente seu aluno. Vejamos, agora, em que consiste a motivação e como o
professor deve agir para consegui-la.
A motivação
consiste em apresentar a alguém estímulos
e incentivos que lhe favoreçam
determinado tipo de conduta. Em sentido didático, consiste em oferecer ao aluno
os estímulos e incentivos apropriados para tornar a aprendizagem mais eficaz.
Os recursosdidáticos, os procedimentos de ensino, o conteúdo, as atividades práticas e
exercícios são valiosas fontes de incentivo. A maior fonte, no entanto, é a
personalidade do professor.
Por isso, os
alunos geralmente preferem as matérias selecionadas por professores amigos, ou
associadas a situações agradáveis e a recursos e procedimentos de
ensino adequados. Por sua vez, as matérias menos preferidas
pelos alunos são aquelas associadas a indivíduos antipáticos, a situações
desagradáveis e a recursos procedimentos
inadequados.
Com relação ao professor,
convém lembrar que ele atua não só pelo que diz e faz, mas pelo que ele é como
um todo. “O ato pedagógico não pode ser simplesmente o ato de uma incitação
intelectual ao conhecimento; é também uma forte relação afetiva entre o
professor e os alunos, relação afetiva que deve ser vivida com todas as
dificuldades que pressupõe. A criança vive uma ansiedade, uma angústia muito
profunda, na busca do seu desenvolvimento, do seu desabrochamento e, se a classe não lhe proporciona uma
segurança, um encorajamento, uma confiança, se torna para ele um lugar de
projeção das dificuldades familiares, em vez de ser o lugar de elucidação pelo
menos parcial ou de compensação, a comunicação não se estabelece, o que
traduzirá um malogro para a cultura”.
(PERRETI, A. Citado por SNYDERS, G. Op. Cit. p. 228.)
A ORGANIZAÇÃO E DIREÇÃO DE UMA
CLASSE
ESCOLAR
2.1 – A sala de aula
–
A organização física da sala deve
favorecer a utilização dos métodos mais adequados de ensino.
–
Vários
processos são utilizados para se conseguir disciplina:
a) O uso da força – Consiste em
exigir disciplina ao aluno utilizando-se de pressões exteriores como castigo e
ameaças.
b) A chantagem
efetiva – Consiste em cativar a amizade do aluno ou da classe para se alcançar
disciplina.
c) O uso da
responsabilidade – Consiste em criar oportunidades para a autodireção
e a autodisciplina.
–
Para
desenvolver nos alunos a autodireção e a autodisciplina é muito importante
observar os seguintes aspectos:
d) Utilizar
maneiras positivas de orientar os alunos.
e) Considerar cada
incidente em que a disciplina é quebrada, em direção às pessoas implicadas no
fato, suas necessidades e seu passado.
f) Promover um
clima no qual o respeito e a confiança mútua sejam possíveis.
g) Ajudar as
crianças a compreender a razão de ser dos regulamentos escolares.
h) Ajudar as
crianças a prever as conseqüências de seus próprios atos.
i)
Procurar as causas do comportamento infantil, de
maneira objetiva e racional, ao invés de reprimir a criança ou forçá-la a
mudanças para as quais não está preparada.
j) Ajudar as
crianças a compreender as causas de seu próprio comportamento e das ações dos
outros, e a desenvolver meios realistas de solucionar seus próprios
conflitos.
–
O
bom relacionamento na sala de aula é muito importante. O professor, como líder,
é o grande responsável pelo bom relacionamento. O clima psicológico na sala de
aula depende, em grande parte, do tipo de liderança adotado pelo professor.
Existem três
tipos básico de liderança:
Liderançaautoritária –Tudo
o que deve ser feito é determinado pelo líder.
Liderançademocrática –
Todas as atividades desenvolvidas são objeto de discussão e decisão do grupo. O
líder coordena o grupo.
Liderançapermissiva – O
líder desempenha um papel bastante passivo, dando liberdade completa ao grupo
de indivíduos, a fim de que estes determinem suas próprias atividades.
–
O
melhor tipo de liderança é o democrática. O mais importante, no entanto, é a
busca da verdade.
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Ser professor é ter o nobre ofício de exercer a arte de ensinar.