Sabatina,
prova, exame, verificação, avaliação...
Para
a grande maioria das pessoas que passaram por uma escola, esses termos têm uma
conotação negativa. Isto deve-se, sem dúvida, a experiências negativas com
relação à avaliação. Vejamos o que um aluno de 6ª série do primeiro grau escreveu sobre um dia
de prova:
“A
hora da aula chegou. O professor de Geografia entra na sala e anuncia:
Hoje
é dia de prova.
Vê-se
ansiedade em todos os rostos. Com afobação, cada um pega uma folha de papel.
Durante o ditado das questões, escutam-se gritos de alegria ou desolação.
Depois se põem imediatamente ao trabalho e escrevem sem parar. Outros, ao
contrário, têm um ar pensativo e olham o teto acreditando lá encontrar uma
inspiração. Alguns chupam o lápis, os olhos fixos sobre as folhas que continuam
brancas, e às vezes lhes vem de repente uma idéia e por sua vez eles se põem a
trabalhar. Alguns, com a mão sobre a testa, refletem profundamente.
Oprofessor pede os trabalhos, porque é tempo de devolver. Os alunos cujas folhas
ficaram quase brancas, tentam nos últimos momentos que restam acrescentar
alguma coisa. E, com tristeza, os retardatários devem devolver suas folhas.
O
último pensamento que nós temos em relação a prova é a nota. Aqueles que foram
bem sucedidos a esperam com impaciência e os outros, com temor”.
Através
dessa descrição podemos perceber o clima de insegurança, de ansiedade, de medo
e de competitividade gerado pela prova. Essa situação é muito comum em nossas
escolas, elas nos sugere várias perguntas:
· A prova tem de
ser assim mesmo?
· Não pode ser
diferente?
· Como poderia
ser?
· Qual o objetivo
da prova?
· O que é
avaliação?
Responder
a essas perguntas é o objetivo desse capítulo. Estamos convencidos de que uma
concepção demasiado “estreita” de avaliação por parte dos professores traz mais
problemas do que ajuda aos alunos.
Vejamos
inicialmente, o que é avaliação.
CONCEITO DE AVALIAÇÃO
Avaliação é um processo
contínuo de pesquisas que visa interpretar os conhecimentos, habilidades e
atitudes dos alunos, tendo em vista mudanças esperadas no comportamento,
propostas nos objetivos, a fim de que
haja condições de decidir sobre alternativas do planejamento do trabalho do
professor e da escola como um todo.
A
partir dessa definição, que julgamos a mais completa, podemos concluir que:
a) A avaliação não
é um fim, mas um meio. Ela é um meio que permite verificar até que ponto os
objetivos estão sendo alcançados, identificando os alunos que necessitam de
atenção individual e reformulando o trabalho com a adoção de procedimentos que
possibilitem sanar as deficiências identificadas.
b) O próprio aluno
precisa perceber que a avaliação é apenas um meio. Nesse sentido o professor
deve informá-lo sobre os objetivos da avaliação e analisar com ele os
resultados alcançados.
c) A avaliação,
sendo um processo contínuo, não é algo que termine num determinado momento,
embora possa ser estabelecido um tempo para realizá-la.
FUNÇÕES DA AVALIAÇÃO
A
avaliação se desenvolve, nos diferentes momentos do processo
ensino-aprendizagem, com objetivos distintos. No início do processo temos a avaliação diagnóstica que é utilizada
para verificar:
·
Conhecimento
que os alunos têm;
·
Pré-requisitos
que os alunos apresentam;
Particularidade
dos alunos.
|
|
|
Aplica-se
este tipo de avaliação no início de uma unidade, semestre ou ano letivo.
Ao
longo do processo de ensino-aprendizagem temos a avaliação formativa que tem
uma função controladora. São os seguintes os propósitos da avaliação formativa:
·
Informar
o professor e o aluno sobre o rendimento da aprendizagem.
·
Localizar
as deficiências na organização do ensino.
No
fim do processo de ensino-aprendizagem temos a avaliação somativa que tem uma função classificatória, isto é,
classifica os alunos no fim de um semestre, ano, curso ou unidade, segundo níveis
de aproveitamento.
|
|||
Função
Modalidade correspondente
de diagnóstico
avaliação diagnóstica
de controle avaliação formativa
de classificação avaliação
somativa
AVALIAR PARA PUNIR OU PARA CONHECER?
Quando refletimos sobre o
processo de avaliação desenvolvidos pelas escolas trazemos à tona uma série de
questões fundamentais: para que, o que e quem avaliamos. Essas questões
precisam ser constantemente discutidas e revistas por professores, pais, alunos
e especialistas em Educação.
Os instrumentos de avaliação
utilizados pela maioria das instituições de ensino são testes objetivos ou
subjetivos, trabalhos escritos ou orais. Percebemos que as questões
fundamentais descritas acima são resumidas ou subordinadas ao “ como avaliar” ,
o que representa um problema e uma grande preocupação por parte de educadores conscientes
de sua missão de formar cidadãos.
No momento da avaliação o
professor quer a “devolução” perfeita dos conteúdos que foram “depositados” nas
cabeças dos alunos, consolidando assim a denominação, a passividade e a
repetição e comprovando a falência e irracionalidade do sistema escolar de
avaliação.
A avaliação da aprendizagem da
forma como é aplicada e entendida em nossas escolas não passa de um instrumento
arbitrário de controle, onde os conteúdos são alienados, acabados,
compartimentalizados e a realidade sócio-afetiva-cultural-econômica dos alunos,
além do seu desenvolvimento cognitivo e linguístico não são levados em
consideração.
Precisamos encarar a avaliação
como um processo contínuo que
possibilita o conhecimento e que tem como objetivo a melhoria do ensino e a
garantia da aquisição de aprendizagem e não a simples rotulação dos alunos. Ela
não é um produto e sim um meio através do qual podemos retomar e solucionar
problemas.
A avaliação da aprendizagem
somente acontecerá efetivamente se estiver vinculada aos objetivos que se
deseja alcançar. É necessário observar que se priorizarmos muitos objetivos a
serem alcançados ao término do ano letivos, ficará dificil atingir todos,
portanto temos que nos ater àquilo que é fundamental, não esquecendo que ela
deve ser uma fonte de crescimento, autonomia e emancipação dos alunos.
UTILIZAÇÃO DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO
· Resultados da avaliaçãodiagnóstica – Poderão ser utilizados para o estabelecimento dos objetivos e
planos de ensino.
· Resultados da avaliação
formativa – Servirão para verificar se os objetivos estabelecidos são adequados
aos alunos e se estão sendo alcançados.
· Resultados da avaliação somativa
– Servirão para promover aos alunos, estabelecer novos objetivos e iniciar novo
planejamento.
RECUPERAÇÃO
·
Recuperação preventiva – Consiste em retomar o processo, para pôr os
estudantes carentes em condições de continuar os estudos.
· Recuperação terapêutica –
Consiste em aluno refazer o trabalho não realizado ou malfeito até assimilar
todos os elementos importantes propostos.
FICHA DO ALUNO
· A ficha do aluno também
denominada anamnese é muito importante para se poder compreender certos fatos
relacionados com o aluno. Muitos fatos nebulosos da vida do educando podem ser
esclarecidos através do preenchimento da anamnese.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Ser professor é ter o nobre ofício de exercer a arte de ensinar.