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terça-feira, 9 de outubro de 2012

Jogos e Brincadeiras: Uma Forma de Educar


jogos e brincadeiras: uma forma de educar

Os jogos e as brincadeiras são de fundamental importância para o desenvolvimento infantil, possibilitando a compreensão das relações reais a partir da ludicidade pela qual os jogos e as brincadeiras são norteadas.
Uma criança é uma criança porque brinca. Brincando, ela começa a entender como as coisas funcionam, o que pode e não pode ser feito, aprende que existe regras que devem ser respeitadas, e principalmente, aprende a perder e a ver que o mundo não acaba por causa disso. Descobre que, se ela perde um jogo hoje, pode ganhar em outro amanha, aprendendo assim, a não ser uma pessoa frustrada diante dos conflitos reais e sociais pelos quais a vida lhe proporcionara no futuro.
As mudanças tecnológicas mudaram as formas de brincadeiras. As crianças deixaram de brincar na rua, jogar bola, pular amarelinha e passaram a jogar videogames e jogos de computador. Tanta mudança gera confusão e expectativas. Diante disso, cabe a escola trabalhar de forma quantiqualitativa os anseios que fazem emergir pela sociedade infantil acerca do que é realmente brincar.
Não se propõe que a escola passe a desenvolver suas praticas docentes baseadas somente nas brincadeiras do “passado” e nem que tenha como pano de fundo pedagógico somente brincadeiras e jogos da atualidade. O que se propõe e repensar docente, que abarque o processo de historicidade infantil com todas as suas peculiaridades, onde a criança tenha respeitado o seu direito de ser criança. Pois, as brincadeiras mais simples as mais sofisticadas, são fontes de estímulos ao desenvolvimento cognitivo, social e afetivo da criança e também é uma forma de auto-expressão. Piaget (1976, p. 160) que afirma que:
O jogo é, portanto, sob suas duas formas essenciais de exercícios sensório-motor e de simbolismo, uma assimilação da real atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças, exigem todos que se forneça as crianças um material conveniente a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores a inteligência infantil.
Nessa concepção, a brincadeira permite a criança vivenciar o lúdico e descobrir-se a si mesma, aprender a realidade, tornando-se capaz de desenvolver o seu potencial criativo.
Nesta dimensão, as brincadeiras possibilitam a criança aprender a significação dos pensamentos o outro por meio dos processos simbólicos promovidos no desenvolvimento das atividades lúdicas. Segundo Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil:
As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aquelas que possuem regras, como jogos de sociedade (também chamados jogos de tabuleiro), jogos tradicionais, didáticos, corporais, etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos infantis por meio da atividade lúdica. RECNEI (1998, p. 28).
Portanto, podemos afirmar que durante as brincadeiras, as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como: a atenção, a percepção, a imitação, a memória, a imaginação e outras. Amadurecem também atividades de socialização por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papeis sociais. Sendo assim, os processos de desenvolvimento de aprendizagem a partir do lúdico pressupõem uma natureza social especifica e processo mediante o qual as crianças acendem a vida intelectual daqueles que as rodeiam.
Dessa forma, a brincadeira é uma situação privilegiada de aprendizagem infantil onde o desenvolvimento pode alcançar níveis mais complexos, exatamente pela possibilidade de interação entre os pares e uma situação imaginaria e pela negociação de regras de convivência e de conteúdos temáticos. Segundo Vygotsky (1984, p.86):
As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade.
Nessa concepção, percebe-se que durante o ato de brincar, a criança não se preocupa com os resultados. Portanto, em uma proposta lúdica e pedagógica, é fundamental que os professores tenham conhecimento do saber que a criança construiu durante o desenvolvimento da atividade, para que assim possa ele, fazer uso de uma proposta docente sustentável.
Sendo assim, entendemos que a partir dos princípios aqui expostos, o professor devera contemplar a brincadeira com o principio norteador das atividades didático-pedagógicas, possibilitando as manifestações corporais encontrarem significado pela ludicidade presente na relação que as crianças mantêm com o mundo. Portanto, as brincadeiras oferecidas para a criança, devem estar de acordo com a faixa-etária de cada criança e vinculadas aos objetos almejados pela proposta educativa, para que assim a escola consiga estimular cada sujeito ali incluso a exercer todas suas capacidades em função da reconstrução de conhecimentos já adquiridos, chegando á construção de um novo conhecimento.
Nesse processo, o papel do professor é de suma importância, pois ele quem devera criar os espaços, disponibilizar matérias, participar das brincadeiras, ou seja, fazer as mediações necessárias para a construção do conhecimento.
Enfim, brincar é uma necessidade básica assim como a nutrição, a saúde, a habilitação e a educação. Brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afetivo, intelectual e social, pois, através das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona idéias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento.
Fica esclarecido que, o lúdico nos possibilita construir uma novo jeito de educar e de trabalhar de forma solidaria e conjunta. É fundamental que a educação formal (escolar) seja capaz de atuar no âmbito impessoal, fazendo com quer indivíduos percebam-se para, então, conviverem no mundo com consciência e responsabilidade de sua atitudes. E isso e possível por meio de um novo projeto de escola, um projeto consciente: tornar a escola um lugar de muito mais alegria a partir de atividades prazerosas significativas, tendo o jogo e as brincadeiras como mediadores da aprendizagem.

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Ser professor é ter o nobre ofício de exercer a arte de ensinar.