A
Educação do Campo suscita exatamente para combater as ideologias dos grandes
latifundiários que prevalece em forma de posse das terras, onde concentram-se
as grandes riquezas destes. Isto é bem notário no Brasil, pois concentra grande
parte da população do país, dentre estes estão os grandes latifundiários, os
empresários do agronegócio que são em minoria, mas que detém grande parte das
propriedades, e os lavradores camponeses que vendem sua mão de obra barata para
obter sua subsistência, são sujeitos que vivem com suas famílias á margem da sociedade.
E, que se não forem ajudadas, permanecerão sendo escravizadas por essa classe,
cuja faz parte da dominante. A respeito dessas idéias Caldart (2005, p.37)
confirma que:
Compreender
o lugar da escola na Educação do Campo é compreender o tipo de ser humano que
ela precisa ajudar a formar e como pode contribuir com a formação de novos
sujeitos sociais que vem se constituindo no campo hoje. A escola precisa
cumprir sua vocação universal de ajudar no processo de humanização das pessoas
e com as tarefas especificas que pode assumir nesta perspectiva. Ao mesmo tempo
é chamada a estar atenta á particularidade dos processos sociais do seu tempo
histórico e ajudar na formação das novas gerações de trabalhadores e de
militantes sociais.
Desse modo, os sujeitos que estão no alocados no campo, na sua
maioria possuem baixa escolaridade, ou são analfabetos mesmos, os filhos não
chegam a concluir em sua grande maioria nem o ensino fundamental. Neste
aspecto, este perfil de desfavorescimento, (com relação aos sujeitos que estão
inseridos nesta realidade) enfatiza que a qualidade não é tão satisfatória, no
sentido de favorecer e atender todas as demandas que se fazem necessárias,
desde as estruturais, organizacionais, técnicas e pedagógicas, se torna evidentes
e comprometem o seu status, status este, que está totalmente comprometido pelas
mazelas da desigualdade social. Caldart corrobora essas idéias.
A Educação do Campo assume sua particularidade. Que é o vinculo
com os sujeitos sociais concretos e com um recorte especifico de classes, mas
sem deixar de considerar a dimensão da universalidade; antes (durante e depois)
de tudo ela é educação, formação de seres humanos. Ou seja, a educação do Campo
faz o dialogo com a teoria pedagógica desde a realidade particular dos
camponeses, mas preocupada com a educação do conjunto da população trabalhadora
do campo e, mais amplamente, com a formação humana. E, sobretudo, trata de
construir uma educação do povo do campo e não apenas com ele, nem menos para
ele. Caldart (2005, p.18)
A Educação do Campo assume um papel relevante, quando se preocupa
com a realidade dos camponeses, tendo em vista a melhoria de vida dos mesmos. A
escola merecidamente deve ter sua função social assegurada, já que é essa a sua
necessidade, o que me faz concordar com Paulo Freire (1996), onde expressa que
se limite a isso, negando a esta parcela da população o direito de aprender e
de valer-se do conhecimento escolar como instrumento de luta, de participação na
vida social, cultural e econômica da sociedade da informação. Isto permite que
o indivíduo pertencente a essa classe seja o construtor de seu processo
histórico, da sua autonomia e que tenha sua própria identidade. Como afirma
Fernandes (2006), que se trata “de um processo em construção que contempla em
sua lógica a política que pensa a educação como parte essencial para o
desenvolvimento do campo.”
Desse modo, ao longo de toda a história da educação brasileira, o
modelo de ensino foi subserviente e preponderante, não permitindo uma educação
que fosse altamente ou dentro das possibilidades libertadora, no seu sentido
mais puro, pois, sempre privilegiou uma educação limitada, ou para a limitação,
para a reprodução, não permitindo a liberdade e que sua real função fosse
desvelada, favorecendo neste caso, a classe dominante, mesmo que isso aconteça
de forma indireta. Singer (1945) vem confirmar, que numa sociedade que
privilegia o modo de produção capitalista, na medida em que a escola é uma
construção social, ela está “determinada” a ser um espaço de reprodução de
desigualdades. Entretanto, ela pode ser transformada e apropriada como âmbito
formativo para outro projeto societário, um projeto de igualdade com respeito á
diversidade em cuja se encontra o trabalhador do campo.
Neste aspecto, a escola é uma instituição social com objetivo e
metas determinantes, que emprega e reelaboram os conhecimentos socialmente
produzidos, com o intuito de promover a aprendizagem e efetivar o
desenvolvimento das funções psicológicas superiores, como: memória seletiva, criatividade,
associação de idéias, organização e seqüência de conhecimentos, dentre outras (Oliveira,
2000). Nesse sentido, ela funciona como um espaço que o individuo tende a
funcionar de maneira preditiva, pois em sala de aula, há momentos e atividades
que são organizados com objetivos programados e outros mais informais que se
estabelecem na interação da pessoa com seu ambiente social, o que reflete em
sua aprendizagem.
A respeito dessas idéias Marques (2001, p.52) enfatiza a
importância das tarefas desempenhadas em sala de aula que favorecem formas
superiores de pensar e aprender, tais como a memória seletiva, criativa,
raciocínio, abstrato, pensamento lógico, tendo o professor uma função
preponderante nesta mediação.
Porém, o uso de estratégias deve ser adaptado ás realidades
distintas dos alunos e professores, ás demandas da comunidade e os recursos
disponíveis, levando em conta as condições e peculiaridades de cada época ou
momento histórico. Neste aspecto, é importante identificar as condições
evolutivas dos segmentos de professores, alunos, pais, e comunidade em geral,
para o planejamento das atividades no âmbito da escola. Assim, os conhecimentos
oriundos da vivência familiar, podem ser empregados como mediadores para a construção
dos conhecimentos científicos trabalhados na escola.
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Ser professor é ter o nobre ofício de exercer a arte de ensinar.