A autonomia e a
descentralização constituem-se um binômio construído reciprocamente, mediante
processos de democratização, isto é, tendo a prática democrática como centro.
Portanto, tudo que foi até agora descrito em relação àqueles processos,
refere-se, por tabela, à gestão democrática. Cabe, no entanto, evidenciar
alguns aspectos.
Conforme Kosik
(1976, p. 18) evidenciou, a realidade pode ser mudada só porque e só na
medida em que nós mesmosa produzimos, e na medida que saibamos que é produzida
por nós.. Tal compreensão é o fundamento da gestão democrática, que pressupõe a
ideia de participação, isto é, do trabalho associado de pessoas, analisando
situações, decidindo sobre o seu encaminhamento e agindo sobre elas, em
conjunto. Desse trabalho compartilhado, orientado por uma vontade coletiva,
cria-se um processo de construção de uma escola competente compromissada com a
sociedade.
A participação,
em seu sentido pleno, caracteriza-se por uma força de atuação consistente pela
qual os membros da escola reconhecem e assumem seu poder de exercer influência
na dinâmica dessa unidade social, de sua cultura e dos seus resultados.
Esse poder
seria resultante de sua competência e vontade de compreender, decidir e agir em
torno de questões que lhe dizem respeito (Lück, 1998).
A criação de ambientes participativos é, pois, uma
condi ção básica da gestão democrática. Deles faz parte a criação de uma visão
de conjunto da escola e de sua responsabilidade social; o estabelecimento de
associações internas e externas; a valorização e maximização de aptidões e
competências múltiplas e diversificadas dos participantes; o desenvolvimento de
processo de comunicação aberta, ética e transparente.
Esse ambiente participativo dá às pessoas a
oportunidade de controlar o próprio trabalho, ao mesmo tempo em que se sentem
parte orgânica de uma realidade e não apenas apêndice da mesma ou um mero
instrumento para a realização dos seus objetivos institucionais.
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Ser professor é ter o nobre ofício de exercer a arte de ensinar.